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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Brasileiros ganham papéis importantes em produções de Hollywood


Segunda, 22 de Fevereiro de 2010
Brasileiros ganham papéis importantes em produções de Hollywood

Vim, vi e venci. Os brasileiros aproveitam um bom momento nos seriados norte-americanos e vivem uma espécie de volta para casa agora que as estreias chegam à TV paga brasileira.

A carioca Morena Baccarin pode até exagerar que conquistou um planeta. Assim diria Anna, sua personagem em "V", líder de uma raça alienígena com planos de dominar a Terra. É filha da atriz Vera Setta e do jornalista Fernando Baccarin e já fez outras participações em séries de ficção científica.

Com a proximidade da estreia de "V", prevista para 7 de abril na Warner, ela agendou uma vinda ao Brasil para divulgar a série, mas está inacessível para jornalistas antes disso.

Já Bruno Campos (foto) tem um histórico em Hollywood. Saiu do Rio aos cinco anos, acompanhando o pai, que era gerente internacional do Banco do Brasil. Morou em Bahrein (Oriente Médio), no Canadá e nos EUA, onde resolveu tentar a carreira como ator. "Às vezes, espero muito para um papel aparecer. Noutras, acontece tudo ao mesmo tempo, como agora."

Em 1997, teve seu primeiro sucesso, com "Jesse", que chegava a 28 milhões de espectadores. Voltou ao Brasil em 1995 com o convite para "O Quatrilho", de Fábio Barreto, que disputou um Oscar e perdeu. Mas ficou com boa fama nos EUA.

"Fora de prática" com a língua materna, brinca que "provavelmente vai esquecer umas palavrinhas em português" durante a entrevista. Mas escorrega pouco, afinal, viaja para o Rio todo ano para visitar a família.

"A televisão está numa competição muito saudável. Como a audiência está mais picotada, um seriado não precisa atrair mais 40 milhões de pessoas. Isso é quase impossível hoje, só os reality shows como 'American Idol' atraem essa quantidade de espectadores."

Também ajuda o fato de mais canais produzirem séries. "Há mais diversidade. Os seriados são mais especializados e tratam os temas com mais detalhes. Os produtores reconhecem que há público a ser atingido fora dos EUA, por isso colocam personagens que vêm de vários lugares. Há uma riqueza social e demográfica nos papéis. Foi bom para todos nós."

Para mostrar a variedade, Campos vive o suspeito de um crime ("Castle"), um cirurgião viciado ("Private Practice") e um "médico beduíno" ("Royal Pains"). Nem sempre é um latino. "Às vezes estão procurando alguém com meu perfil, às vezes isso não importa. Em 'Royal Pains', o papel foi pensado para um anglo-saxão e acabou ficando para mim. Não ha fórmula."

Já Maiara Walsh, que interpreta Ana Solis em "Desperate Housewives", acredita que a preocupação com a diversidade faz do momento especialmente bom para mulheres latinas. Segundo ela, mais do que uma maior gama de papéis, há bons personagens para escolher.

"Fiz três testes na época e tinha conseguido um papel em outra série, mas escolhi esta", conta. "Ana é um papel muito adulto e é malvada, o que é divertido fazer. Mas, quando aceitei, não sabia que a história dela fosse crescer tanto. Nas séries, nem a gente sabe o que vai acontecer, até que acontece."

Pelo que se pode ver nos últimos episódios que foram ao ar nos EUA, sobrinha de Gabrielle (Eva Longoria) e Carlos (Ricardo Chavira) deve ter papel marcante no fim da temporada.

Por causa do gênio forte e do namoro com Danny (Beau Mirchoff), ela vem causando uma crescente tensão entre duas donas de casa, o que deve desencadear o esclarecimento do passado sombrio de Angie (Drea de Matteo). "O episódio que vai ao ar nos EUA no próximo dia 28 muda a vida da Ana e envolve Danny e Gabi", adianta, em ótimo português.

Fã de Ivete Sangalo, ela sente falta de comer arroz e feijão todos os dias ("não tenho panela de pressão"), conta que tem planos de ir ao estádio quando vier ao Brasil e divide o tempo entre causas sociais e humanitárias e projetos de arte.

Filha de brasileira, ela nasceu em Washington, mas passou parte da infância em São Paulo e se considera brasileira, já que quase toda a família mora aqui e que vem ao país todos os anos. "Falo com orgulho que sou brasileira, e sempre me perguntam coisas como se o Brasil fosse o lugar mais exótico do mundo."

Nem sinal do apuro que passou Rodrigo Santoro em "Lost", morto após alguns episódios --e pouquíssimas falas-- por falta de empatia com o público.



Fonte: Uol

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